Jornal Cidade S/A - 4ª Edição - page 7

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lo Agroambiental que promo-
ve a antecipação dos prazos
legais para o fim da queima da
palha de cana até 2017.
Essa antecipação e o uso
da queima da palha de cana-
-de-açúcar na geração de bio-
eletricidade contribuirão para
a redução de 62 milhões de
toneladas de CO², somente no
estado de São Paulo.
Para atingir a mesma eco-
nomia por meio de plantio, ao
longo de 20 anos, seria preciso
plantar 443 milhões de árvores
nativas.
Verde e inteligente
Segundo o gerente de Bioe-
letricidade da Única (União da
Indústria de Cana-de-Açúcar),
Zilmar José de Souza, a bioele-
tricidade é uma energia limpa
e renovável, feita a partir da
biomassa; resíduos da cana-de-
-açúcar, bagaço e palha, restos
de madeira, carvão vegetal,
casca de arroz, capim-elefante
entre outros.
Souza diz que o país pode
gerar mais de 13.000 mega-
watts médios de energia da
cana. A bioeletricidade é gera-
da durante a safra entre abril
e novembro, que coincide o
período da seca, quando o
setor elétrico mais precisa de
energia. “Diferente de outras
alternativas, a bioeletricidade
é integralmente baseada em
tecnologia nacional. Evita cus-
tos e riscos de transmissão da
energia distantes do centro de
consumo”, ressalta.
Cada tonelada de cana mo-
ída na fabricação de açúcar e
etanol gera, em média, 250kg
de bagaço e 200kg de palha e
pontas. Com alto teor de fi-
bras, o bagaço, desde a revo-
lução industrial, tem sido em-
pregado na produção de vapor
e energia elétrica, garantindo a
autossuficiência energética das
usinas na fabricação do açúcar
e etanol.
Atualmente, menos de 30%
das usinas do setor estão co-
nectadas à rede elétrica como
geradoras de energia, mas,
existe potencial para ir além.
Somando o poder energéti-
co do etanol e da bioeletricida-
de, a cana-de-açúcar do Brasil
é a mais extraordinária planta
para a produção de combus-
tíveis e eletricidade de baixo
carbono. Uma planta que gera
alimento e energia para os bra-
sileiros.
“Estas conquistas são re-
sultados dos esforços de tra-
balhadores,
pesquisadores,
empresários e governantes
comprometidos com uma cau-
sa e um desafio. Com a cana-
-de-açúcar transformamos o
Brasil em um exemplo de ino-
vação e sustentabilidade para o
mundo pós-petróleo”, salienta
o gerente de bioeletricidade.
A produção da bioeletrici-
dade comprova que, na indús-
tria da cana-de-açúcar, tudo se
transforma e nada se desperdi-
ça.
Uma tonelada de bagaço
pode gerar mais de 300kwh
para a rede elétrica, enquanto
uma tonelada de palha gera
500kwh.
Conforme Souza, “o consu-
mo médio de uma residência
brasileira foi de 154kwh em
2010, portanto, com apenas
um hectare de cana, a bioe-
Mercado
letricidade pode abastecer 8
residências durante um ano
inteiro”.
Embora o brasileiro não
possa comprar bioeletricidade
no posto da esquina, seus be-
nefícios podem ser percebidos
e devem ser valorizados por
todos.
“Com a bioeletricidade, o
país desenvolveu mais uma
solução energética inovadora,
que garante uma nova fonte
de energia estratégica e sus-
tentável para o crescimento do
Brasil”, conclui.
consumo
Uma tonelada de bagaço pode gerar mais de 300kwh para a rede
divulgação
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