Jornal TRIBUNA IMPRESSA - 08/12/2013 - page 19

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Araraquara, 8 de dezembro de 2013
Tribuna Impressa
Tô Ligado
‘Nunca sonhei
com a fama’
Pés no chão, Alexandre é apaixonado por teatro
e mira projetos cada vez mais ousados
ARQUIVO PESSOAL
MÚLTIPLO
Artista
comemora a
possibilidade de
atuar em diferentes
segmentos artísticos
MATHEUS VIEIRA
Tô Ligado — Você é for-
mado em Artes Dramáticas
pela USP e começou sua car-
reira no teatro. Porém es-
taria seu trabalho guiando
para a telinha, Alexandre?
Alexandre
— Sempre quis
estudar teatro, sempre fiz te-
atro, adoro teatro, mas con-
fesso que também resolvi me
mudar para São Paulo, pois
queria ter a possibilidade de
fazer cinema, sou apaixonado
por cinema, sempre fui rato de
cinema. Em Araraquara, vivia
no Cine Capri, Veneza, além
da saudosa Sessão Zoom!
Quanto à ‘telinha’, sincera-
mente, nunca foi um objetivo
na minha vida e também não
acredito realmente que eu vá
fazer só televisão. Adoro ser
o ator que sou hoje, adoro
exercitar meu trabalho de ator
em várias linguagens diferen-
tes. Isso é o que me excita.
Esse ano, por exemplo, estou
superfeliz pois fiz dois espe-
táculos adultos, um infantil,
dublagem, publicidade, tevê
e cinema. É isso que eu quero
pra minha vida toda.
Tô Ligado — Inclusive, no
teatro, qual seu papel mais
importante ou marcante?
Alexandre
— Citarei qua-
tro personagens que me mar-
caram muito: Mortimer em
“Maria Stuart”, um persona-
gem maravilhoso, um dos
mais difíceis da minha carrei-
ra, pois era um grande perso-
nagem, contracenando com
atrizes como Júlia Lemmertz
e Ligia Cortez, numa super-
produção de quatro horas no
Sesc Anchieta, amava fazer
esse personagem, foi muito
importante na minha carrei-
ra. Outro destaque é o Ângelo
de “Mambo Italiano”, dirigido
por Marcos Caruso, no qual
protagonizava ao lado de Jus-
sara Freire e, depois, Claudia
Melo, a história desse jovem
gay filho de italianos que que-
ria “sair do armário”, era uma
ótima comédia, com elenco
incrível e que fez enorme su-
cesso. Por último também
destaco meus personagens
no infantil “O Empinador de
Estrelas”, pelo qual fui indica-
do no ano passado ao Prêmio
Femsa de melhor ator coad-
juvante, um espetáculo lindo,
delicado. Desde da minha
passagem pelo Texc, nunca
mais tinha atuado em infantis,
por isso tenho um supercari-
nho por eles também.
Tô Ligado — Você come-
çou sua carreira profissio-
nal em Araraquara, no Texc.
Boas lembranças do saudoso
Ariovaldo?
Alexandre
— Comecei
com teatro amador num gru-
po dirigido pela minha irmã,
Claudia Cruz, chamado Ja-
guar. Depois disso, tive uma
rápida passagem pelo teatro
de bonecos de Márcio Pon-
tes e então fui convidado por
Ariovaldo do Santos e Luis
de Toledo para fazer parte do
elenco do Texc.
Lá fiquei três anos. Apren-
di muito com os dois e com
todos os profissionais que
por lá passaram. Quanto ao
Ari, tenho ótimas lembran-
ças, mas uma das coisas que
sempre lembro com muito
carinho dessa fase da minha
vida eram as sessões de cine-
ma que ele fazia para o elenco,
era uma delícia. O Ari foi, sem
dúvida, um apaixonado por
teatro e por gente de teatro, às
vezes, difícil, polêmico, mas
sempre apaixonado.
Tô Ligado — É impossí-
vel, quando o assunto é te-
atro e Morada do Sol, não
citar Zé Celso. Qual sua opi-
nião a obra dele?
Alexandre
— Realmente.
Quando comecei fazer teatro,
em 1993, logo fui parar dentro
de uma Semana Luís Antonio
e lá por questões óbvias se fa-
lava muito do Zé e do Luís,
então sem dúvida sempre
foram referências na minha
formação. Anos depois, já em
São Paulo, eu fazia um espetá-
culo, “Maria Stuart”, com Júlia
Lemmertz, e um dia ela me
convidou pra ir com ela assis-
tir a uma peça do Zé. Achei
genial. Depois do espetáculo,
Júlia me apresentou ao diretor
como sendo um ator de Ara-
raquara e ele foi supergentil.
Noite memorável!
Tô Ligado — Qual o pró-
ximo plano de Alexandre? O
cinema, talvez?
Alexandre
— Bom, aca-
bei de filmar um curta-me-
tragem essa semana que me
deu muito prazer e espero que
seja lançado no ano que vem.
Quanto a outros projetos, te-
nho um projeto de produção
de um espetáculo a partir de
um livro infantil do nosso ara-
raquarense Ignácio de Loyola
Brandão sendo aprovando em
leis de incentivo (inclusive se
alguma empresa de Araraqua-
ra quiser patrocinar, por favor
me procure).
Tô Ligado — Você sonha
com a fama, Alexandre?
Alexandre
— Sonho e tra-
balho para ter meu trabalho
reconhecido. Nunca fui des-
lumbrado com essas coisas.
Não saí de Araraquara para
ser famoso. Quero ser um
ator prestigiado e respeitado.
O resto é consequência.
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