Jornal TRIBUNA IMPRESSA - 07/01/2014 - page 29

ESPORTES
Um pequeno campeão
Judoca de Araraquara brilha no Paulista
A24
A21
Tribuna Impressa
Araraquara, 7 de janeiro de 2014
DEMASIADAMENTE
EUSÉBIO
Um dos grandes nomes da história da Ferroviária, Eusébio revela pedido do
‘Pantera Negra’ para vestir a camisa grená durante excursão na década de 60;
encontro dos ‘Eusébios’, em Moçambique, segue vivo na memória do ex-jogador
LUCAS TANNURI/17.JUN.2010/TRIBUNA IMPRESSA
DEIVIDE LEME/TRIBUNA IMPRESSA
O ADEUS DO
MITO
Eusébio da Silva Ferreira, o melhor jogador
português de todos os tempos, morreu domingo,
aos 71 anos. O craque, que tinha a saúde debi-
litada havia algum tempo, sofreu uma parada
cardiorrespiratória, informou o Benfica.
DE OLHO
NO LANCE
Eusébio Bonifácio
mostra com
orgulho foto de
um dos gols
que marcou na
excursão da
Ferroviária pela
África
FELIPE SANTILHO
O maior jogador da histó-
ria de Portugal e do Benfica
quase teve seu destino muda-
do seis anos antes da Copa do
Mundo da Inglaterra, em 1966,
onde foi eleito o melhor atleta
da competição.
A morte do ex-atacante
Eusébio, o Pantera Negra, aos
71 anos, após uma parada
cardiorrespiratória, deixou o
mundo do futebol mais triste,
no domingo. Porém, reviveu
na memória do xará arara-
quarense os dias que ficaram
marcados pelo encontro e pelo
pedido do craque em defender
as cores da Locomotiva.
“A gente acabava de jantar
e ele [Eusébio] vinha conver-
sar. Era um rapaz muito bom
e falava que queria jogar no
Brasil e na Ferroviária. Como,
na época, atuava num time
amador, era difícil de trazer”,
relembra o ex-ponta-direita da
Ferrinha, Eusébio Bonifácio,
de 71 anos, que participou da
excursão do time de Araraqua-
ra pela Europa e pela África.
O encontro entre os dois foi
em Moçambique, país onde o
Pantera Negra nasceu. A Fer-
roviária venceu, por 3 a 1. No
entanto, o time amador africa-
no quis uma revanche e acabou
perdendo novamente, por 3 a 0.
“Nosso time era coman-
dado pelo técnico José Carlos
Bauer [ex-meia do São Paulo,
que havia disputado a Copa de
1950]. Ele gostou do Eusébio,
mas acabou não dando certo e
o destino dele foi o Sporting”,
diz o ex-jogador da Ferroviária.
Foram20 dias na África. Eu-
sébio explica que as duas equi-
pes utilizavam o mesmo campo
para treinamento. Por isso, o
contato entre os atletas ocorria
diariamente. “Nós treinávamos
de manhã e eles, à tarde. E o
Eusébio era mesmo diferente.
Bem magrinho, rápido e com
estilo de jogo que lembrava o
garoto Dener, na época em que
ele jogava na Portuguesa nos
anos 90”, completa.
Destinos diferentes
Depois daquele encontro, a
vida de cada um tomou rumos
diferentes. O Pantera Negra foi
contratado pelo Benfica, onde
se tornou o maior artilheiro
da história do clube, com 638
gols. Foram 11 conquistas na-
cionais em Portugal. Conside-
rado por muitos inferior ape-
nas a Pelé, Eusébio chegou ao
ápice no Mundial de 1966, na
Inglaterra, com a conquista do
terceiro lugar, eliminando, in-
clusive, o Brasil.
Já Eusébio Bonifácio voltou
para a Ferroviária. A época de
gandula nos anos 50 ficou para
trás. No currículo, após a con-
quista do pentacampeonato
juvenil, ele seguiu na Ferrinha
até 1963. Depois, passou por
Francana, Palmeiras de São
João da Boa Vista, Taquari-
tinga, Catanduvense e Garça,
onde encerrou a carreira.
Os dias de contato com o
craque do mesmo nome se-
guem vivos na memória e o
sonho de reencontrá-lo foi in-
terrompido. Nada que apague
as três semanas que marcaram
a vida do afeano. “Torci mui-
to para Portugal ficar em al-
guma cidade aqui perto. Seria
uma chance única de revê-lo.
Fiquei muito triste quando vi
a notícia da morte dele pela
televisão. Nunca mais vou es-
quecer dos jogos que fizemos
contra ele nos campos de ter-
ra do Moçambique”, finaliza o
Eusébio de Araraquara.
História
No encontro dos ‘Eusébios’,
o de Araraquara levou a
melhor. Duas vitórias da
Ferroviária: 3 a 1 e 3 a 0
1...,19,20,21,22,23,24,25,26,27,28 30,31,32
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