Tribuna Impressa [ nº 5226 Ano 17 Pag. 15 ]

ESPORTES Um pequeno campeão Judoca de Araraquara brilha no Paulista  A24 A21 Tribuna Impressa Araraquara, 7 de janeiro de 2014 DEMASIADAMENTE EUSÉBIO Um dos grandes nomes da história da Ferroviária, Eusébio revela pedido do ‘Pantera Negra’ para vestir a camisa grená durante excursão na década de 60; encontro dos ‘Eusébios’, em Moçambique, segue vivo na memória do ex-jogador LUCAS TANNURI/17.JUN.2010/TRIBUNA IMPRESSA DEIVIDE LEME/TRIBUNA IMPRESSA O ADEUS DO MITO Eusébio da Silva Ferreira, o melhor jogador português de todos os tempos, morreu domingo, aos 71 anos. O craque, que tinha a saúde debi- litada havia algum tempo, sofreu uma parada cardiorrespiratória, informou o Benfica. DE OLHO NO LANCE Eusébio Bonifácio mostra com orgulho foto de um dos gols que marcou na excursão da Ferroviária pela África FELIPE SANTILHO felipe.santilho@tribunaimpressa.com.br O maior jogador da histó- ria de Portugal e do Benfica quase teve seu destino muda- do seis anos antes da Copa do Mundo da Inglaterra, em 1966, onde foi eleito o melhor atleta da competição. A morte do ex-atacante Eusébio, o Pantera Negra, aos 71 anos, após uma parada cardiorrespiratória, deixou o mundo do futebol mais triste, no domingo. Porém, reviveu na memória do xará arara- quarense os dias que ficaram marcados pelo encontro e pelo pedido do craque em defender as cores da Locomotiva. “A gente acabava de jantar e ele [Eusébio] vinha conver- sar. Era um rapaz muito bom e falava que queria jogar no Brasil e na Ferroviária. Como, na época, atuava num time amador, era difícil de trazer”, relembra o ex-ponta-direita da Ferrinha, Eusébio Bonifácio, de 71 anos, que participou da excursão do time de Araraqua- ra pela Europa e pela África. O encontro entre os dois foi em Moçambique, país onde o Pantera Negra nasceu. A Fer- roviária venceu, por 3 a 1. No entanto, o time amador africa- no quis uma revanche e acabou perdendo novamente, por 3 a 0. “Nosso time era coman- dado pelo técnico José Carlos Bauer [ex-meia do São Paulo, que havia disputado a Copa de 1950]. Ele gostou do Eusébio, mas acabou não dando certo e o destino dele foi o Sporting”, diz o ex-jogador da Ferroviária. Foram20 dias na África. Eu- sébio explica que as duas equi- pes utilizavam o mesmo campo para treinamento. Por isso, o contato entre os atletas ocorria diariamente. “Nós treinávamos de manhã e eles, à tarde. E o Eusébio era mesmo diferente. Bem magrinho, rápido e com estilo de jogo que lembrava o garoto Dener, na época em que ele jogava na Portuguesa nos anos 90”, completa. Destinos diferentes Depois daquele encontro, a vida de cada um tomou rumos diferentes. O Pantera Negra foi contratado pelo Benfica, onde se tornou o maior artilheiro da história do clube, com 638 gols. Foram 11 conquistas na- cionais em Portugal. Conside- rado por muitos inferior ape- nas a Pelé, Eusébio chegou ao ápice no Mundial de 1966, na Inglaterra, com a conquista do terceiro lugar, eliminando, in- clusive, o Brasil. Já Eusébio Bonifácio voltou para a Ferroviária. A época de gandula nos anos 50 ficou para trás. No currículo, após a con- quista do pentacampeonato juvenil, ele seguiu na Ferrinha até 1963. Depois, passou por Francana, Palmeiras de São João da Boa Vista, Taquari- tinga, Catanduvense e Garça, onde encerrou a carreira. Os dias de contato com o craque do mesmo nome se- guem vivos na memória e o sonho de reencontrá-lo foi in- terrompido. Nada que apague as três semanas que marcaram a vida do afeano. “Torci mui- to para Portugal ficar em al- guma cidade aqui perto. Seria uma chance única de revê-lo. Fiquei muito triste quando vi a notícia da morte dele pela televisão. Nunca mais vou es- quecer dos jogos que fizemos contra ele nos campos de ter- ra do Moçambique”, finaliza o Eusébio de Araraquara. História No encontro dos ‘Eusébios’, o de Araraquara levou a melhor. Duas vitórias da Ferroviária: 3 a 1 e 3 a 0

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